Longevidade

Os benefícios das Relações Sociais Positivas, no pessoal e no profissional

Os benefícios das Relações Sociais Positivas, no pessoal e no profissional

A pandemia tem nos desafiado a enfrentar o isolamento todos os dias. E isso impacta fortemente tanto nos grupos de relacionamento quanto nos ambientes de trabalho. Esta nova realidade tem tornado cada vez mais importante a construção de relações sociais positivas para fortalecer os laços - físicos e virtuais - e, ao mesmo tempo, termos mais saúde e longevidade.

Até pouco tempo recomendava-se uma separação equilibrada entre as vidas pessoal e profissional, em busca de harmonia entre ambas. Com o home office, muitas pessoas estão vivenciando isso no estilo “tudo junto e misturado”.

Esta desarrumação imposta pelas quarentenas, que vêm e vão, aumentam as tensões e conflitos diante das tarefas domésticas e profissionais. Por isso, vamos abordar neste artigo a importância de se buscar relações sociais positivas neste cenário.

O Revelador Estudo de Desenvolvimento Adulto de Harvard

Em 1938, um grupo de pesquisadores da Universidade de Harvard decidiu iniciar um programa para acompanhar a vida de jovens, no que se tornaria ao longo das décadas em um dos maiores e mais famosos estudos longitudinais da história da ciência.

A ideia era acompanhar o desenvolvimento a partir de entrevistas periódicas e check-ups médicos, com o objetivo de entender como sua saúde e qualidade de vida evoluíram com o passar dos anos.

O Estudo do Desenvolvimento Adulto de Harvard, mais de 80 anos depois, é hoje um dos mais longevos programas de pesquisa das ciências sociais.

O projeto começou com 724 pessoas e os pesquisadores continuam monitorando hoje a saúde e a qualidade de vida dos participantes que ainda estão vivos, a maioria com mais de 90 anos.

Este é um exercício científico único. Grande parte dos estudos longitudinais - que acompanham pessoas ao longo do tempo para testar variáveis - não dura tantas décadas. Isso porque os participantes vão deixando o projeto e pesquisadores buscam outras empreitadas com o passar dos anos. Além, claro, da morte dos envolvidos e do financiamento que se esvai.

Mas, o que aprendemos neste estudo tão especial?

O Dr. Robert J. Waldinger, atual diretor do projeto, resumiu em uma palestra as descobertas de décadas. Ela é uma das mais vistas da história do “TED Talks”.

O principal resultado, ele concluiu, é que nossas relações e conexões sociais são um dos fatores mais importantes para a nossa saúde e felicidade. Ele diz: "Aqueles que mantiveram relacionamentos afetuosos e positivos tiveram uma vida mais longa e feliz.

A maioria das pessoas pode relatar, por experiência própria, que tentar ser feliz não é fácil. Inclusive, a busca incessante pela felicidade pode ser até fonte de infelicidade. De fato, alguns estudos indicam que essa busca obsessiva pode ter o resultado inverso.

Considere pensar menos “o que” e mais “quem”

Os dados mostram que renda e felicidade estão claramente relacionados; mas também sabemos por pesquisas que as pessoas tendem a superestimar a ideia de que ‘se tiver dinheiro, vai ter felicidade’.

Relações sociais positivas - família, amigos, amores - podem ser o elo perdido nesta equação. Em países ricos, onde as condições mínimas de satisfação material são normalmente atendidas, as pessoas podem estar perdendo a chance de serem mais felizes por estarem focadas em riqueza material e não em saúde e bem-estar.

É claro que é importante ter seus objetivos materiais e valorizar cada passo que damos para alcançar nossas metas.

Mas, é sempre valioso lembrar que a felicidade - ou mais momentos felizes - podem estar no equilíbrio entre:

  • o que temos,
  • o que queremos e
  • com quem vamos conquistar isso tudo.

A palavra chave é sempre o quem.


Relações Sociais Positivas no Trabalho e o custo da Depressão

Esta parte do artigo tem o objetivo de abordar o impacto dos valores pessoais no trabalho, nas oportunidades de alcançar objetivos profissionais, associados ao bem-estar ocupacional.

O bem-estar no trabalho é definido como a prevalência de emoções positivas e a percepção do indivíduo de que, em seu trabalho, expressa e desenvolve suas habilidades, potencialidades e avança no alcance de suas metas de vida.

Aparentemente, a possibilidade do indivíduo alcançar valores pessoais importantes para ele em seu contexto ocupacional está relacionada ao bem-estar no ambiente de trabalho. E isso é relevante presencial ou remotamente.

É hora de começarmos a cuidar melhor de nós e de todos à nossa volta. Podemos começar a fazer isso onde trabalhamos. E este “onde” nos dias de hoje pode ser qualquer lugar.

Mergulhar no trabalho é válvula de escape?

Era comum passarmos 35% de nosso período ativo nas empresas (em alguns casos durante até 40 anos de vida produtiva). Aqueles que trabalham muitas horas por semana passavam mais tempo com colegas de trabalho do que com familiares.

Com o home office, esta realidade se agravou. De acordo com pesquisa da Oracle/Workplace Intelligence com 12 mil funcionários de 11 países, as pessoas nunca estiveram tão estressadas e ansiosas.

No Brasil, 70% disseram que 2020 foi o ano mais estressante de suas vidas. Outros 42% revelaram que estão trabalhando ao menos 40 horas a mais por mês – percentual acima da média global (35%).

A verdade é que nós temos um papel importante na criação de uma cultura e um ambiente que valorize investimentos no bem-estar psicológico de todos.

Desde criar um ambiente que não estigmatize questões de saúde mental, até implementar soluções preventivas para criar um time resiliente e produtivo.

O custo da depressão é alto para todos

Antes mesmo da pandemia, a economia norte-americana, por exemplo, perdia cerca de 18.000 reais por ano por cada empregado, ou 0.5% do seu PIB, por conta da depressão. Este estudo foi publicado pela revista de Epidemiologia Psiquiátrica dos Estados Unidos, em 2016.

É comum as pessoas se entregarem ao trabalho, ainda deprimidas, e não serem tão produtivas como em outros momentos da vida.

O mesmo estudo também relatou que os estadunidenses perderam cerca de 1.200 reais anuais por trabalhador, devido a faltas e licenças causadas pelo transtorno depressivo.

Não há razões para imaginarmos que a situação no Brasil seja muito diferente. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) estima que entre 20% e 25% da população tiveram, têm ou terão um quadro de depressão em algum momento da vida.

Entre 2009 e 2015 quase 97 mil pessoas foram aposentadas por invalidez em razão de transtornos mentais e comportamentais, com destaque para depressão, ansiedade e estresse pós-traumático.

Bem-estar pessoal na ordem do dia

O secretário-geral da ONU, Antônio Gutierres, já havia alertado em maio de 2020 sobre esta outra "pandemia": o risco de transtornos psicológicos provocados pelo luto, pelo isolamento social, pela crise econômica e pelas incertezas em relação ao futuro.

Segundo pesquisa Gestão de Pessoas na Crise de Covid-19, divulgada recentemente pela Fundação Instituto de Administração (FIA), 75% das empresas desenvolvem ações de apoio psicológico para os funcionários.

Elas oferecem atendimento remoto e presencial com especialistas, tem assistentes de atendimento disponíveis 24 horas, compartilham informação e enviam regularmente aos seus usuários atividades de engajamento e autoconhecimento.

É bom lembrar que por aqui, todos os especialistas do Norden Hospital estão à disposição dos colaboradores para conversar sobre saúde física e mental.

Evite usar a Internet como fonte de informação sobre sua saúde. Como há muitos mitos sobre ansiedade e depressão, é sempre bom revisitar esse tema e estar atento às consequências para nós, para nossa família, amigos e para nossos colegas de trabalho.

Esteja informado, comunique quando precisar de ajuda e ajude quando for solicitado.

Acesse nosso site ou mande uma mensagem: 16 3363-2200.

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