Longevidade

Revelando o Futuro do Tratamento da Obesidade

Revelando o Futuro do Tratamento da Obesidade

O lançamento de medicamentos promissores para o tratamento da obesidade pode significar que estamos vivendo um momento crucial no combate a uma das crises de saúde mais urgentes de nosso tempo.

No entanto, muitos especialistas ainda não estão seguros de que esses medicamentos, conhecidos como análogos do receptor de GLP-1, representam o tratamento mais eficaz para quase 14% da população mundial que é considerada obesa. Assim como ocorre com cirurgias bariátricas e outros procedimentos invasivos, eles tratam as consequências da obesidade e não as causas que levaram essa doença a se tornar uma epidemia mundial.

Neste artigo, iremos tratar sobre esses medicamentos e, claro, reforçar a necessidade de mudanças no estilo de vida para uma recuperação mais duradoura e sustentável. Para aqueles que não pretendem tomar medicamentos a vida inteira e querem diminuir as incertezas na manutenção de um peso saudável esse continua sendo o caminho mais promissor.

A obesidade e suas consequências

A obesidade e suas consequências

A obesidade é caracterizada pelo excesso de tecido adiposo no corpo, mensurado a partir do Índice de Massa Corporal (IMC). O cálculo é feito dividindo o peso do paciente (em quilogramas) pelo quadrado de sua altura (em metros). Um valor de IMC superior a 30 determina que uma pessoa está obesa.

A obesidade é um dos maiores problemas de saúde em todo o mundo. Décadas atrás, era considerada um problema em países ricos, mas atualmente é grave em países de todos os perfis socioeconômicos, inclusive em economias emergentes como a brasileira.

A obesidade é uma doença grave que muitas vezes não é tratada como tal. Segundo o estudo colaborativo Global Burden of Disease (Carga Global de Doenças, em inglês), ela é um dos fatores de risco que mais causam mortes no mundo, ocupando essa posição ao lado de outras condições como pressão alta, tabagismo e diabetes. As análises referentes a 2017 apontaram que cerca de 4,7 milhões de pessoas morreram prematuramente por estarem obesas. Em 2019, 8,7% das mortes ocorridas em todo o mundo podem ser atribuídas a apenas essa doença.

Os efeitos nocivos da obesidade na saúde física e mental dos pacientes e na longevidade da população são alarmantes. Como consequência, a busca por tratamentos é um dos principais objetivos de diferentes áreas: médica, acadêmica, da indústria farmacêutica e de governos ao redor do mundo.

Pílula mágica?

Medicamentos usados para emagrecer

Estudos indicam que medicamentos para perda de peso com princípios ativos como semaglutida e tirzepatida parecem ser muito eficazes, surpreendendo até cientistas que trabalham no tratamento da obesidade há décadas. Mas eles não são pílulas mágicas (além disso, na maioria dos casos não são comprimidos, mas remédios injetáveis).

O tratamento da obesidade, além de envolver diferentes especialistas na área da saúde, necessariamente abrange mudanças nos hábitos de vida. Apesar de parecer uma solução, a ingestão regular de medicamentos não é uma alternativa sustentável para atingir a cura — assim como a cirurgia bariátrica também não é.

Remédios que ajudam no controle e perda de peso devem ser vistos como uma ferramenta adicional à disposição dos especialistas e pacientes. Mas eles não irão substituir a busca constante e zelosa por ter uma vida mais saudável no curto, médio e longo prazo.

Estudos publicados em 2022 indicam que a semaglutida pode levar a perdas de até 18% do peso ao longo de um pouco mais de um ano, mas tais resultados somente são alcançados se associados a acompanhamento especializado, dieta e atividade física.

Outro aspecto importante é que medicamentos como a semaglutida e tirzepatida ajudam na redução do peso apenas enquanto os pacientes mantém seu uso. Isso não é exatamente uma excessão, o mesmo ocorre com outros remédios para doenças crônicas, como hipertensão arterial. No entanto, para muitas pessoas o prognóstico de terem de ingerir os remédios para sempre pode ser um problema, ainda mais considerando os altos custos da medicação.

Como esses remédios funcionam?

A semaglutida é uma forma sintética de um hormônio natural chamado GLP-1, que promove a sensação de saciedade. Os remédios Ozempic e Wegovy usam esse princípio ativo, mas têm indicações distintas: o primeiro é indicado no tratamento de diabetes tipo 2, pois ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue, aumentando a produção de insulina pelo pâncreas e de glucose pelo fígado. Já o segundo, ainda não disponível no Brasil, é indicado para a perda de peso.

Já a tirzepatida, além de também simular as funções do hormônio GLP-1, é ainda análoga a outra molécula natural chamada GIP (Polipeptídeo Inibitório Gástrico), que, entre outras funções, estimula a secreção de insulina e age como um dos reguladores do metabolismo.

A perda do apetite pode ser considerada um efeito colateral desses remédios, pois eles foram originalmente desenvolvidos para o tratamento de diabetes tipo 2. Mas ainda que sejam promissores no tratamento da obesidade, ainda são necessários novos estudos clínicos que observam sua eficácia e segurança para esse resultado específico.

Para quem são indicados?

Quando o uso de um medicamento segue um objetivo diferente daquele para o qual foi originalmente aprovado, a automedicação é fortemente contraindicada. Para iniciar um tratamento, é essencial buscar a opinião de um médico de confiança.

A Anvisa e a FDA, agências responsáveis por aprovar a comercialização de um medicamento no Brasil e Estados Unidos, respectivamente, não regulam a prática médica em si. Em outras palavras, mesmo que não sejam aprovados para o tratamento da obesidade, um especialista pode julgar apropriado e indicar o uso desses remédios pelo seu paciente.

Nesses casos, o mais importante é haver uma comunicação clara sobre os riscos e benefícios da substância no atual estágio de pesquisa. Temas importantes a serem discutidos envolvem as principais contraindicações, como pacientes alérgicos ao princípio ativo, com pancreatite e alguns tipos de câncer no sistema endócrino. Além disso, também pode ocorrer efeitos colaterais:

  • náuseas,
  • diarréia,
  • vômitos,
  • dores de estômago e cabeça,
  • fadiga

Outro assunto que deve fazer parte da consulta com o médico especialista é como esses remédios não resolvem a causa raiz da obesidade. Afinal, mesmo para pacientes com diabetes tipo 2 buscando controlar os níveis de glicose no sangue, a prática de atividades físicas e controle da dieta são essenciais para o sucesso do tratamento com a semaglutida.

Por serem medicamentos ainda muito caros e inacessíveis para a maioria da população, atacar as causas da obesidade por meio de alimentação equilibrada e exercícios vai continuar sendo o modo mais eficaz e seguro de se livrar da doença (ou de nunca chegar a tê-la).

Hábitos de vida

Hábitos saudáveis de vida como rotina

Acabar com a epidemia de obesidade é um desafio extraordinário. E vai muito além de tratamentos: envolve também adaptações no estilo de vida com foco em prevenir a doença em todos os estágios da vida.

Mesmo que novos estudos confirmem a eficácia e a segurança de medicamentos como semaglutida e tirzepatida no tratamento da obesidade — e eles sejam aprovados para esse uso—, a necessidade de adaptações nos hábitos de vida continuarão sendo as mesmas de sempre.

Melhores hábitos de vida e acesso a tratamentos modernos podem ser uma combinação potente para diminuir a crise de saúde provocada pelo alto índice de obesidade na população.

Cuidar da alimentação

Todos precisamos estar na busca constante pelo equilíbrio. Na alimentação, essa busca é essencial. Mas o que funciona melhor para cada um de nós?

Comer com regularidade e atenção, preferir alimentos naturais ou minimamente processados e evitar excesso de sal, óleos, gorduras e açúcar são algumas das dicas que sempre ouvimos e lemos quando o assunto é controle do peso. E são dicas importantes! No entanto, mais do que listas de deveres, dietas prontas, receitas infalíveis e impessoais, o cuidado com o ganho de peso envolve ações individuais, baseadas no contexto particular de cada pessoa.

Como sabemos, criar novos hábitos saudáveis pode ser bem difícil. As chances de sucesso nesse desafio são muito maiores se aliada a estratégias de rotina e ajuda de profissionais qualificados que conhecem em detalhes os desafios do paciente.

VEJA TAMBÉM: Orientações importantes sobre a busca por uma alimentação mais saudável.

Realizar atividades físicas regulares

Por sorte, adotar uma rotina de atividades físicas e abandonar o sedentarismo não é tão difícil quanto algumas pessoas acreditam.

Aos poucos, pequenas mudanças de hábitos e estratégias podem, de maneira rápida e divertida, combater os (muitos) males que o sedentarismo traz à saúde a longo prazo.

Se a maior riqueza que podemos ter na vida é a nossa saúde e a de quem amamos, é sempre hora de cultivar o autocuidado para colher uma vida longa e saudável. No dia a dia, enquanto nos focamos em outros objetivos e interesses, parece até que uma vida sedentária não tem efeitos diretos na vitalidade do nosso corpo e mente. Mas a longo prazo, a história é outra: o sedentarismo pode ser um fator de risco para problemas de saúde como diabetes, câncer, depressão, problemas cardíacos e, claro, obesidade.

Começar com esforços leves e treinos de curta duração, realizar alongamentos, procurar colegas e pessoas para realizar exercícios como caminhadas, passeios de bicicleta e jogos em equipe são apenas algumas das portas de entrada para começar a ter uma vida mais saudável e também aproveitar momentos prazerosos que a endorfina liberada nos exercícios pode proporcionar.

Assim como ocorre na alimentação, é importante conhecer o corpo e respeitar as suas limitações antes de implementar um regime complexo de atividades físicas. Resolver um problema criando outro não é a melhor solução.

VEJA TAMBÉM: Como abandonar o sedentarismo e viver uma vida mais saudável

Por que é importante buscar ajuda?

Profissional orientando exercícios físicos

Perder peso é difícil. Mesmo com mudanças consideráveis na dieta e no estilo de vida, a taxa observada de redução chega a 5% na maioria dos casos. Essa taxa de perda já representa importantes ganhos para a saúde e a longevidade, mas pacientes que estão obesos buscam e precisam de resultados mais significativos (e muito menos invasivos do que um procedimento cirúrgico).

A verdade é que melhores hábitos de vida e acesso a tratamentos modernos podem ser uma combinação potente para reduzir significativamente a crise de saúde causada pela alta taxa de obesidade na população. A jornada para uma vida mais saudável continua, e cada passo conta.

Para dar início a um novo estilo de vida e ter acesso aos melhores especialistas e tratamentos, conheça o Norden Hospital. Aproveite e confira também outras dicas de bem-estar e longevidade.

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