Tratamento para obesidade não é só estética. É questão de saúde pública
Equipe NSaúde
9 de fev. de 2022 - Leitura de
6 min
O álcool e o tabagismo costumam ser as primeiras coisas que passam pela cabeça ao imaginar os principais fatores que fazem mal à saúde. Porém, no Brasil e em grande parte do mundo, o aumento do número de pessoas obesas já se tornou o maior responsável por muitas doenças que levam à morte. Descubra neste artigo porque o tratamento para obesidade é hoje uma questão de saúde pública.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a obesidade é uma doença crônica. Ela é definida como um acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo e o seu tratamento é de longa duração. Sem cuidados adequados, causa complicações que aparecem com o tempo e resultam em uma menor expectativa de vida.
As suas consequências negativas para a qualidade de vida e longevidade são comprovadas por inúmeros estudos. Obesidade aumenta o risco de morte prematura, afeta o corpo e a mente.
As principais doenças relacionadas à obesidade são hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, colesterol alto, diabetes, câncer, infertilidade, pedra na vesícula, úlceras, sobrecarga nas articulações e aumento do risco de AVC.
A obesidade também tem implicações na saúde mental. Estarmos satisfeitos com nosso corpo é um desafio para todos, já que é comum nos apegarmos a padrões difíceis de atingir sem uma mudança completa no estilo de vida. Quanto maior o descompasso entre desejo e realidade, maiores podem ser os riscos de quadros depressivos e transtornos de ansiedade.
Mas ser difícil mudar o estilo de vida não quer dizer que não seja necessário e importante. Todos estes riscos mostram porque campanhas para normalizar a obesidade são nocivas para a saúde — talvez por isso sejam relegadas a setores da sociedade que vivem deslocados da realidade da população em geral.
Pessoas obesas em tratamento para perder peso demonstram níveis maiores de auto-percepção na qualidade de vida. Para sermos bem sucedidos em combater o aumento da obesidade na comunidade, precisamos de tratamentos inteligentes, que levem em conta as particularidades de cada pessoa, que entendam a complexidade de criar novos hábitos e sejam, ao mesmo tempo, facilmente replicáveis.
O aumento da obesidade no mundo
Segundo a OMS cerca de 300 milhões de pessoas no mundo têm sobrepeso ou obesidade. Por conta disso, os órgãos de saúde tratam a doença como uma epidemia global. Além disso, a organização afirma este é um dos mais graves problemas de saúde do século XXI.
Após quase dois anos da classificação da covid-19 como uma pandemia, devemos continuar lembrando que um dos principais fatores de risco para hospitalização e morte por infecção pelo sars-cov-2 é obesidade. Independente de qualquer outro fator, seja idade, sexo, etnia ou outras comorbidades, a gravidade de uma epidemia — obesidade — tem influências diretas e profundamente negativas na outra — covid-19.
A Pesquisa Vigitel, divulgada no Brasil, afirma que a taxa de obesidade no país passou de 11,8% para 20,3%, entre 2006 e 2019. Agora, estamos entre os países com mais obesos do mundo. Os dados ficam ainda mais assustadores: essa doença crônica aumentou 72% nos últimos 13 anos. Entre os homens, o Brasil está em 3º lugar, e entre as mulheres, em 5º.
A estimativa é que, em 2025, em todo o mundo, 2,3 bilhões de adultos estejam acima do peso. E destes, 700 milhões estarão com um Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30 — número acima do qual o indivíduo é considerado obeso.
O Ministério da Saúde e a Organização Panamericana da Saúde (Opas) apontam que, no Brasil, 12,9% de crianças entre 5 e 9 anos de idade são obesas. Entre adolescentes com faixa etária entre 12 e 17 anos esse número é 7%.
Como calcular o peso ideal de acordo com o IMC
O IMC é utilizado para identificar o excesso de peso. Esse cálculo é feito dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em metros) ao quadrado. O resultado dessa conta deve ser interpretado conforme uma tabela pré-definida.
Quando o valor do IMC está abaixo de 18,5, o adulto está abaixo do peso ideal. IMC de 18,5 a 25 indica que a pessoa está dentro do peso normal. Você pode calcular o seu usando esta calculadora. Valores de 25 a 30 indicam excesso de peso ou sobrepeso. Um IMC superior a 30 determina obesidade.
A obesidade possui 3 classificações. IMC entre 30 e 34,9 indica obesidade grau I. Valores entre 35 e 39,9 indicam obesidade grau II. E valor igual ou acima de 40, indica obesidade grau III, também chamada de obesidade mórbida.
Práticas que ajudam a ter uma vida saudável
Não há pílulas mágicas. É importante entender que o tratamento clínico da obesidade está baseado na mudança gradual do estilo de vida, englobando reeducação alimentar e atividade física. Sem isso, é muito difícil atingir os resultados de perda de peso esperado e manter a consistência ao longo da vida.
O ideal é que a prevenção da obesidade seja iniciada o quanto antes, inclusive na infância, quando a construção de novos hábitos é mais fácil. A família — ainda mais se tiver histórico de sobrepeso — deve adotar hábitos saudáveis e incentivar a prática de atividade física.
Para combater a obesidade é preciso cultivar os hábitos que promovem saúde. Para começar, é preciso cuidar da alimentação. Definir, por exemplo, horários e intervalos para as refeições. Reduzir o tamanho das porções dos alimentos e evitar comer sentado em frente a TV ou computador também ajudam.
Alguns especialistas indicam 5 a 6 refeições por dia, com intervalos de 3 a 4 horas. Outros, são proponentes de diferentes métodos de jejum intermitente. O importante é observar, junto a um nutrólogo ou nutricionista, o que se adequa melhor aos seus objetivos.
Além da quantidade, deve-se cuidar da qualidade. Por isso, adote uma dieta saudável com bastante frutas, legumes, verduras, cereais integrais e carnes magras. Troque o refrigerante por suco de fruta natural ou água e evite comer frituras, massas, pães e doces em excesso.
Porém, é recomendado que as pessoas que estão obesas façam acompanhamento contínuo com nutricionista, para que nenhum nutriente essencial falte nas refeições. Afinal, não adianta tentar resolver um problema criando outros.
Se o leitor tem sobrepeso ou obesidade, vai estar acostumado à próxima sugestão: exercícios. Esta dica está em milhares de textos sobre o assunto — nós mesmos já incluímos ela em vários conteúdos.
Mas a verdade é que não tem como evitar. O sedentarismo está associado à obesidade e vice versa. O que muitos textos esquecem de mencionar é a dificuldade de criar este hábito. Para vencermos a barreira número 1 — começar — precisamos ser pragmáticos.
Se não tratarmos a atividade física como uma necessidade do corpo — similar à alimentação e ao sono — não iremos investir nela. Assim como escolhemos o colchão mais confortável para dormir, precisamos escolher o exercício mais confortável para praticar. Pense nisso antes de tentar reinventar o cotidiano.
Consulte um médico para entender as atuais limitações de seu corpo. De novo, queremos resolver um problema antigo, não criar novos.
Assim, de pouco em pouco, vai ter inserido a prática de atividades físicas no cotidiano. Comece fazendo trocas inteligentes, como usar escadas no lugar do elevador e bicicleta no lugar do carro, por exemplo.
Não são raros os casos de pessoas que nunca fizeram exercícios começarem de forma modesta e, de repente, se verem levando esse hábito mais a sério.
Quando a pessoa já está habituada, os especialistas indicam 30 minutos de exercício 4 a 5 vezes por semana.
Importância de um plano de saúde no combate a obesidade
Entre 2011 e 2018 o número de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil cresceu 84,7%. Estes procedimentos podem ser importantes e até imprescindíveis em muitos casos, no entanto, sua natureza curativa faz com que não possam ser considerados um remédio definitivo para tratar uma epidemia da obesidade.
Para ajudarmos na evolução de uma comunidade mais longeva e saudável no curto, médio e longo prazo precisamos investir em ações que promovam um estilo de vida mais resiliente, com um melhor equilíbrio entre prazer, autocuidado e, porque não, sacrifício — no melhor sentido da palavra.
Um discurso que desmoraliza a pessoa obesa é igualmente nocivo àquele que a desobriga de responsabilidades. É preciso criar parcerias para o tratamento e não sermões.
O Norden está criando e implementando planos de cuidado e serviços que servem, ao mesmo tempo, como manuais e ferramentas para quem busca emagrecer e mudar o estilo de vida.
O tratamento da obesidade é lento e multidisciplinar. Isso quer dizer que muitos médicos serão consultados e esses atendimentos podem ser recorrentes por um longo tempo.
Ter um plano de saúde é a solução mais eficiente para pacientes que buscam reverter seus quadros de obesidade e iniciar um planejamento para a longevidade.
Criamos planos de cuidados personalizados para pessoas exigentes e práticas que desejam uma melhor qualidade de vida. Se quiser saber mais, entre em contato para falar com os nossos Consultores de Benefícios.