Exames de rotina femininos: cuidados além da saúde ginecológica
Equipe NSaúde
30 de mar. de 2023 - Leitura de
8 min
O cuidado preventivo é um compromisso que todos nós temos com a saúde, independente se somos homens ou mulheres. Ao contrário do que muitos pensam, os exames de rotina femininos não se restringem ao gênero, ou seja, às particularidades da biologia e anatomia do corpo feminino, e vão além da saúde ginecológica.
Exames de rotina, ou check-ups no geral, ajudam a prevenir e em muitos casos diagnosticar doenças já instaladas, porém ainda não manifestadas, como cânceres, diabetes, hipertensão, colesterol alto e outras.
A partir do diagnóstico ou identificação da predisposição, o paciente pode iniciar um tratamento que pode ter um grande impacto positivo em sua qualidade de vida no longo prazo. A descoberta precoce de um câncer, por exemplo, literalmente salva milhares de vidas todos os anos.
Check-up anual é importante?
O termo “check-up” foi adotado do inglês, significa conferir ou checar. Na medicina, ele se refere à avaliação médica periódica feita por meio de exames de saúde solicitados de acordo com a idade, sexo, histórico pessoal e familiar da paciente.
O check-up existe principalmente para evitar que as pessoas busquem o médico apenas quando estão muito doentes, apesar desse ser motivo suficiente para buscar ajuda profissional. A questão é visitas de rotina e exames preventivos, quando aparentemente tudo está indo bem, ajudam a identificar possíveis problemas de saúde ainda em estágio inicial, evitando que fiquemos, justamente, muito mal.
Em um mundo ideal, não seria preciso criar incentivos para que nós cuidássemos da saúde mesmo sem nenhuma doença aparente. Muita gente já faz isso sem precisar de uma data específica para pesquisar mais a fundo como está o corpo. Tem gente que até acha que o conceito de exames de rotina ficou no passado.
Pode até ser, mas para outras tantas pessoas, o check-up anual é um incentivo que faz sentido. Ele simplifica e torna mais fácil a busca pelas informações que esses exames trazem. Basta agendar um dia, falar com o médico e coletar as amostras. Não podemos nunca diminuir a importância que facilidade e praticidade exercem em nossos hábitos. Muito melhor fazer exames de rotina do que não fazê-los.
Um dos exemplos mais claros de cura associada ao diagnóstico precoce na saúde feminina é o câncer de mama. Esse tipo de câncer não está relacionado a uma causa específica, mas sim a diversos fatores que aumentam o risco de desenvolver a doença, tais como: idade, história reprodutiva, fatores comportamentais, endócrinos, ambientais e genéticos/hereditários.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), depois do câncer de pele não melanoma o de mama é o tipo que mais atinge mulheres de todas as regiões. No Brasil, são estimados 74 mil novos casos por ano até 2025. Por outro lado, dados da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) mostram que, se diagnosticado precocemente, as chances de cura podem chegar a 95%!
A saúde masculina também não fica de fora das estatísticas positivas. Nos homens, o diagnóstico precoce do câncer de próstata possibilita 90% de chance de cura, segundo especialistas.
Leia também: Câncer de Próstata e suas implicações para a saúde do homem.
O câncer é apenas um exemplo das centenas de doenças que podem ser tratadas a partir de um diagnóstico precoce feito em um exame de rotina. Uma simples visita anual ao médico que pode mudar a história de uma vida inteira, inclusive a sua.
A saúde feminina não é só ginecológica
As mulheres são culturalmente conhecidas por cuidarem melhor da saúde. Essa crença é confirmada pelos dados divulgados pelo PNS (Programa Nacional de Saúde) no ano de 2019. Naquele ano, 76,2% da população foi ao médico. Nessas cerca de 160 milhões de pessoas, a proporção de mulheres (82,3%) foi muito superior à dos homens (69,4%).
Apesar de se preocuparem mais com a saúde mesmo quando o corpo anda bem, as mulheres têm voltado esse cuidado para exames ginecológicos, e acabam por deixar outros exames em segundo plano.
Especialistas acreditam que esse seja um dos motivos que contribuem para que as doenças cardiovasculares sejam responsáveis por ⅓ das mortes das mulheres no mundo. No Brasil, são cerca de 20 mil vítimas por ano dessas doenças; 4 a cada 10 vítimas fatais são mulheres que, inclusive, apresentam 50% a mais de chance de vir a óbito do que os homens.
A partir disso, alguns órgãos estaduais têm mobilizado seus esforços para estimular campanhas que orientem as mulheres sobre a importância de exames de rotina voltados para o diagnóstico e prevenção de doenças em todas as áreas da saúde, não apenas ginecológica.
Fique atenta aos sinais
Segundo a Dra. Rafaelle Santos, médica Cardiologista do Norden, os sintomas de infarto nas mulheres podem apresentar algumas diferenças em relação aos identificados nos homens.
Além da dor torácica clássica, nas mulheres é mais comum o surgimento dos sintomas chamados “equivalentes anginosos” como, cansaço súbito ou sensação de desmaio, desconforto, queimação no estômago, mal-estar, falta de ar e palpitação.
É importante que a paciente comece a realizar avaliações cardiológicas de rotina anualmente a partir dos 40 anos, especialmente após a menopausa, para que seja feito o acompanhamento e a proteção hormonal.
Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiológicas estão a obesidade, sedentarismo, tabagismo, histórico familiar de problemas relacionados ao coração, pressão alta, diabetes e outras doenças que muitas vezes são subdiagnosticadas, justamente pela falta de acompanhamento médico de rotina.
Por fim, a Dra. Rafaelle Santos ressalta que todo check-up anual feminino deve incluir a passagem e a realização dos exames solicitados pelo cardiologista, a fim de garantir total integridade da saúde da mulher.
Saiba como e por onde começar o seu check-up
O ginecologista é o médico responsável pela saúde da mulher, desde o início até o fim de sua vida. Apesar da saúde feminina não ser apenas ginecológica, todo check-up anual deve passar por este profissional.
Segundo a Dra. Mariana Quintana, médica no Norden, não há uma idade exata para iniciar os exames de rotina femininos, o que existem são recomendações médicas para manter um maior controle da saúde das pacientes. O acompanhamento ginecológico, por outro lado, deve iniciar na puberdade, e os exames clínicos a partir dos 25 anos com a coleta do papanicolau, mas somente se a paciente já tiver vida sexual ativa. Todos os exames de rotina femininos são anuais, exceto em casos de patologias que exigem um período de acompanhamento mais curto.
7 exames essenciais na rotina da mulher atual
O corpo humano demanda diferentes cuidados ao longo da vida. Acompanhar as mudanças com exames de rotina é essencial para manter o controle e o planejamento da saúde.
Existem centenas de exames que podem ser solicitados pelo seu médico, dependendo das necessidades ou critérios, mas alguns não podem faltar no seu check-up periódico. Confira quais são eles, qual a idade e a periodicidade ideal para realizá-los:
Exames de Sangue
Podem ser solicitados a partir da primeira menstruação para avaliar os níveis de colesterol, triglicérides, glicose, ferro, hormônios, entre outros. Esses exames devem ser realizados anualmente até o momento que a coleta do material seja viável.
Avaliação pélvica e das mamas
Essa avaliação deve ser realizada em todas as consultas ginecológicas a partir da puberdade. A partir dela o médico poderá detectar a presença de corrimentos irregulares, sangramentos, anormalidades no colo do útero, além de nódulos e alterações na região das mamas.
Papanicolau
O Papanicolau é o exame para a prevenção do câncer no colo do útero, mas a partir dele também é possível diagnosticar outras doenças sexualmente transmissíveis como a clamídia, sífilis, gonorréia, HPV, entre outras. O exame deve ser realizado anualmente a partir dos 25 anos em pacientes com vida sexual ativa.
Mamografia
A mamografia é o principal exame para a prevenção do câncer de mama que, como dito anteriormente, se detectado em sua fase inicial, há grandes chances de cura. O Ministério da Saúde recomenda que o exame seja realizado a cada dois anos dos 50 aos 69 anos, no entanto, estudos recomendam fortemente que mulheres do grupo de risco (aquelas que possuem histórico de câncer de mama na família), iniciem o rastreamento da doença anualmente a partir dos 45 anos.
Exames cardiológicos
O eletrocardiograma, teste ergométrico e ecodopplercardiograma são os três exames mais importantes para monitorar a saúde do coração e devem ser realizados anualmente a partir dos 40 anos, especialmente após a menopausa.
O eletrocardiograma avalia o ritmo cardíaco, o teste ergométrico, o desempenho das funções cardiorrespiratórias e o ecodopplercardiograma o funcionamento de estruturas anatômicas na área do coração.
Colonoscopia
A colonoscopia serve para prevenir o câncer de intestino e deve ser realizada a partir dos 50 anos de idade. Se o resultado do exame não apresentar alterações, o próximo poderá ser feito 10 anos após o primeiro. No entanto, se houver alguma anormalidade, o médico poderá solicitar um novo exame dentro de um intervalo mais curto de tempo.
Densitometria Óssea
A Densitometria Óssea é o exame do check-up feminino realizado para analisar possíveis perdas de massa óssea provocadas por doenças como osteopenia ou osteoporose. O exame é recomendado para mulheres a partir dos 65 anos, ou para mulheres com menos de 50 anos que apresentem fatores de risco para fratura. Se o resultado do exame for normal, deve ser repetido a cada 5 anos. Se apresentar alterações, pode ser feito a cada 2 anos ou de acordo com a recomendação médica.
Exames demais não são sinônimo de saúde
Manter a saúde em dia é fundamental para garantir qualidade de vida em todas as fases da vida. Por isso, realizar o check-up anual com os exames essenciais para a saúde feminina é importante para prevenir doenças, diagnosticar problemas precocemente e tratá-los de forma eficaz. Mas não se engane; exames demais não são sinônimo de saúde. É preciso ter cuidado para encontrar um ponto de equilíbrio.
Cuidar da saúde diariamente não é algo ruim, contudo, exagerar na quantidade e na frequência de exames pode trazer malefícios, tanto para a saúde quanto para o seu bolso. Isso porque alguns tipos de exames expõem o paciente a radiações, como os de imagem, por exemplo; além de gerar custos desnecessários quando repetidos desnecessariamente.
A repetição exagerada de exames também pode afetar a saúde mental, devido a preocupações ou ansiedade desnecessárias. É importante destacar que alguns resultados que se encontram fora da faixa de normalidade são aceitáveis e podem representar variações naturais do organismo, não indicando necessariamente um problema de saúde significativo. Por isso, se necessário, considere sempre reutilizar exames que ainda estejam dentro do prazo de validade e não os repita sem necessidade.
A validade dos exames laboratoriais pode variar de 30 a 90 dias, a depender da decisão do médico. No caso de exames de imagem, como Raio X e ultrassom, a validade pode chegar a 6 meses. Entretanto, é importante ressaltar que esses prazos podem variar de acordo com a finalidade da solicitação.
Para exames de rotina, a validade pode ser de até seis meses. Já para acompanhamento de uma determinada doença, a validade pode ser menor, de 15 a 30 dias. É fundamental seguir as orientações do médico para garantir a efetividade dos resultados e manter uma rotina de cuidados preventivos eficiente.
É importante lembrar que a prevenção é sempre a melhor forma de cuidar da saúde, e isso inclui a adoção de hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada, atividade física regular e evitar o consumo de álcool e cigarros.
Lembre-se sempre de conversar com o seu médico para obter orientações personalizadas sobre quais exames são mais adequados para a sua idade, histórico médico e estilo de vida. E não deixe de realizar os exames recomendados regularmente para garantir a sua saúde e bem-estar.
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