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Câncer do colo do útero: como tratar e prevenir.

Câncer do colo do útero: como tratar e prevenir.

Todas nós sabemos da importância de nos cuidarmos diariamente. E está mais do que comprovado que o cuidado preventivo pode evitar doenças graves, incluindo o câncer do colo do útero. Na grande maioria dos casos em que exames de rotina descobrem o risco inicial para essa doença, é elevado o índice de sucesso no tratamento.

Para entendermos um pouco melhor sobre o assunto, falamos com a Dra. Lais Ferreira Parra, ginecologista no Norden Hospital.  De forma clara e objetiva, tratamos dos seguintes pontos relacionados a este tema:

Esperamos que, apesar do tema ser muito sério, seja uma leitura informativa e valiosa!

O que é o câncer do colo do útero?

O câncer do colo do útero, também chamado câncer cervical, ocorre no cérvice, a área inferior do útero, próxima à sua conexão com a vagina. É o terceiro tumor maligno mais frequente no público feminino e a quarta causa de morte por câncer entre as mulheres brasileiras, de acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer).

Diferentes cepas do papilomavírus humano (HPV), transmitido sexualmente, são responsáveis pela maioria dos casos da doença, que acomete principalmente mulheres acima dos 25 anos.

Como ele se desenvolve?

A causa exata deste tipo de câncer ainda não foi definida pela ciência, mas é fato que o HPV é um dos principais fatores. Apesar de ser um vírus muito comum e ainda assim muitas portadoras nunca desenvolverem o câncer, acredita-se que outros fatores, como estilo de vida, podem influenciar no desenvolvimento da doença.

A multiplicação descontrolada das células do cérvice é um processo de evolução lenta e passa por fases de pré-malignidade. Se não percebida e tratada a tempo, pode levar ao desenvolvimento de um câncer, diminuindo as chances de cura (veja mais abaixo).

Apesar de ser a infecção sexualmente transmissível mais comum no Brasil e no mundo, o papilomavírus humano não causa dano em grande parte das pessoas, pois é combatido pelo próprio sistema imunológico.

Além disso, existe vacinação contra o HPV, focada principalmente em mulheres jovens e adultas imunossuprimidas entre 25 e 45 anos, que vivem com comorbidades responsáveis por prejudicar a imunidade.

Quais os tipos de câncer de colo de útero?

Há dois tipos de câncer mais comuns no colo do útero: os carcinomas, que atingem 80% das mulheres, e os adenocarcinomas, representando 20%.

Os denominados carcinomas atacam tecidos epiteliais e as células cancerígenas ficam com características escamosas. Os adenocarcinomas são tumores que se desenvolvem a partir de glândulas produtoras de muco cervical.

Apesar de a grande maioria estar concentrada nesses dois tipos de cânceres, outros gêneros também podem se desenvolver no colo do útero: melanoma, sarcoma e linfoma, que ocorrem mais frequentemente em outras partes do organismo.

Em alguns casos, tanto células epiteliais quanto glândulas produtoras do muco cervical podem ser afetadas simultaneamente, mas é extremamente raro que outras células do cérvice tornem-se cancerosas.

Fatores de risco

O maior fator de risco para o câncer do colo de útero é a identificação de verrugas genitais, geralmente causadas em decorrência da infecção pelo HPV.

Também podem ser citados como fatores de risco:‌‌

  • Múltiplos parceiros sexuais;
  • Início precoce de atividade sexual;
  • Ser portadora de outras Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)
  • Tabagismo;
  • Baixa imunidade ou imunossupressão;
  • Uso prolongado de pílulas anticoncepcionais;
  • Histórico familiar.

Como é Diagnosticado?

Para diagnosticar um câncer de colo de útero ou lesões pré-malignas é necessário passar por uma avaliação ginecológica e fazer os exames necessários.

Os procedimentos mais comuns para o diagnóstico são: Papanicolau e a colposcopia – este último, um exame capaz de detectar lesões na vagina e colo do útero.

Quais principais ações preventivas contra o câncer cervical?

Médico segura modelo anatômico do útero.

A prevenção primária do câncer cervical está associada à redução de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV). E este risco pode ser bastante reduzido com a vacinação.

Existem dois tipos de vacinas: a quadrivalente (protege contra HPV 6,11,16 e 18) e a bivalente (protege contra HPV 16 e 18).

O Ministério da Saúde do Brasil tem campanha de vacinação gratuita para meninas de 9 a 14 anos. A vacina aplicada nestes casos é a quadrivalente, em esquema de duas doses com intervalo de 6 meses. Em 2017, o programa foi expandido para contemplar meninos de 11 a 14 anos, com o mesmo esquema de duas doses.

A vacinação tem eficácia e segurança comprovadas contra o HPV, protegendo do contágio e consequentemente prevenindo o câncer de colo de útero. No entanto, a vacina não substitui o uso de preservativos durante relações sexuais — além do que este hábito é importante para a prevenção de outras DSTs. E mesmo mulheres vacinadas devem fazer o teste de Papanicolau para rastreamento a cada dois ou três anos.

E quais os tratamentos?

Após diagnosticado por um ginecologista, ele discutirá com você as opções de tratamento, juntamente com um oncologista especializado.

As principais opções de tratamento para o câncer de colo de útero incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia. Podem ser realizadas isoladamente ou em combinação, conforme o estágio da doença.

Assim como ocorre com o câncer de mama e o câncer de próstata, a prevenção é a melhor estratégia contra o câncer cervical. Identificar precocemente lesões precursoras — pré-malignas — praticamente garante o sucesso do tratamento. Para comparação, a taxa de sobrevivência do câncer de colo de útero 5 anos após o diagnóstico é estimada em 66%, segundo a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).

Conclusão

Nunca deixe de realizar consultas e exames regulares com seu ginecologista. Ou se já o faz, nunca abandone este hábito.

Quase 100% dos textos sobre doenças como o câncer do colo do útero devem terminar exatamente desta forma: relembrando da importância de se cuidar regularmente. O motivo é que prevenção funciona. E muito.

De qualquer forma, não podemos negar que é de nossa natureza como humanos levar mais a sério alguns temas importantes somente quando eles começam a trazer efeitos em nossas próprias vidas. Por isso, cada pequena atitude para estar mais preparada quando e se for confrontada com um problema sério de saúde já vai lhe tornar uma pessoa mais resiliente para vencer o desafio.

Esperamos que este texto já tenha sido um passo nesta direção. Mas se quiser saber mais sobre o assunto ou mesmo iniciar um novo planejamento de saúde que vai lhe deixar mais preparada para ter mais qualidade de vida e longevidade, fale com os especialistas do Norden Hospital ou do Norden Plano de Saúde e conheça nosso modo de cuidar para uma vida +inteira.

Dra. Lais Ferreira Parra, ginecologista do Norden Hospital em São Carlos.
Dra. Lais Ferreira Parra, ginecologista do Norden Hospital em São Carlos.

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