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A Terapia Ocupacional e os Primeiros Sinais de Autismo.

A Terapia Ocupacional e os Primeiros Sinais de Autismo.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de desenvolvimento que prejudica a capacidade de se comunicar e interagir. A detecção precoce do autismo pode levar a uma melhor qualidade de vida. Ao reconhecer os primeiros sinais e sintomas, é importante saber o que a criança precisa para aprender, crescer e prosperar.

O autismo faz parte de um grupo de problemas de desenvolvimento chamado Transtornos do Espectro Autista (TEA). Os seus sinais aparecem na primeira infância, normalmente antes dos três anos de idade. Embora existam graus diferentes, todos afetam a capacidade de comunicação e interação social.

Crianças com este diagnóstico geralmente apresentam dificuldades em três áreas cruciais do desenvolvimento: interação social, linguagem e comportamento. Algumas crianças apresentam sinais de autismo na primeira infância. Outras podem se desenvolver normalmente nos primeiros meses ou anos de vida, mas se tornarem repentinamente retraídas, agressivas ou até mesmo perdem as habilidades de linguagem que já adquiriram.

Ainda não há uma resposta definitiva sobre o que causa o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

O que se sabe é que o TEA pode ocorrer tanto por influências genéticas quanto fatores ambientais. Já foram estudados como possíveis causas a idade paterna elevada, a exposição materna a toxinas e poluentes de ar, parto prematuro, baixo peso ao nascer, diabetes gestacional materna, uso de álcool e de drogas durante a gestação e infecções graves (virais e bacterianas).

Enquanto a ciência não define com mais clareza as causas deste transtorno, o foco da comunidade deve continuar em reconhecê-lo e criar um ambiente acolhedor e positivo para quem apresenta TEA. Para isso é importante conhecer as atitudes associadas e os sintomas do autismo.

Algumas das características do transtorno que crianças autistas podem apresentar em cada uma das áreas afetadas são:

Habilidades sociais

  • Não responde ao próprio nome;
  • Ausência de contato visual, sensação de “olhar perdido”;
  • Parece não ouvir às vezes;
  • Ausência de aproximação e afeto.

Linguagem

  • Não fala ou tem fala atrasada;
  • Perde a habilidade de formar frases.

Comportamento

  • Alteração na alimentação;
  • Distúrbios do sono;
  • Busca se isolar nas brincadeiras e atividades;
  • Faz movimentos repetitivos com as mãos.

Vale ressaltar que cada criança/indivíduo é único. Uns apresentam algumas características e outras não. Obter o diagnóstico de um ou mais especialistas é essencial.

O importante é analisar as dificuldades e demandas de cada indivíduo para que se possa pensar em um projeto terapêutico que respeite as singularidades de cada um.

Graus do Autismo

Terapeuta supervisiona criança com Síndrome de Asperger.

Existem três níveis de transtorno do espectro autista. Cada pessoa é diagnosticada em um nível, sendo nível 1 o mais leve e o nível 3 o mais grave.

Esses níveis servem para que os médicos prescrevam terapias personalizadas de acordo com as necessidades de cada paciente. Para os pais de uma criança com TEA, saber qual o nível pode ajudar a prepará-los para os tipos de desafios que a criança pode enfrentar na vida diária.

Nível 1: Requer suporte

O TEA de nível 1 é a forma mais leve, também conhecida por “alto funcionamento”.

Crianças começam a apresentar dificuldades em falar adequadamente com outras pessoas. Geralmente conseguem gerar frases completas, mas tem dificuldades em manter uma conversa ou fazer novas amizades.

Podem ter problemas de organização e planejamento, o que impede que pessoas com esse transtorno sejam tão independentes quanto outros indivíduos da mesma idade.

Nível 2: Suporte complementar

Pessoas com o nível 2 terão problemas mais aparentes na comunicação verbal e social do que os diagnosticados com nível 1.

Estas crianças inclinam-se para interesses muito estreitos e a comportamentos repetitivos. Por exemplo, ficar andando de um lado para o outro ou repetindo a mesma fala por diversas vezes. Tende a falar frases simples e tem dificuldades para interpretar formas não verbais de comunicação.

Nível 3: Suporte fundamental

O nível 3 é a forma mais severa de autismo. Diagnósticos nessa categoria apresentam os mesmo sinais do nível 1 e 2 mas em um grau extremo.

Dificuldades em comunicação verbal e não verbal podem ser de difícil resolução, como também a capacidade de interação social. Uma pessoa com o nível 3 possui aptidão limitada de fala e raramente iniciará uma conversa com alguém.

Quais são os tratamentos para o autismo?

Terapeuta ocupacional especializada no atendimento de autismo.

O autismo não tem cura. Por este motivo, é necessário um cuidado multidisciplinar. A equipe de acompanhamento para este transtorno varia de acordo com a demanda individual, mas pode incluir médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, pedagogos, educadores especiais, fonoaudiólogos, psicopedagogos, cuidadores e outros.

Suporte assistencial:

  • Terapia de fala: como já mencionado, o TEA pode causar uma variedade de problemas na fala. Alguns autistas podem não conseguir falar, enquanto outros apresentam dificuldades menores. O papel do fonoaudiólogo é fundamental.
  • Fisioterapia: habilidades motoras podem ser comprometidas também. A fisioterapia ajuda a fortalecer os músculos e melhorar estas habilidades.
  • Treinamento Sensorial: indivíduos autistas tem elevada sensibilidade a sons, luzes e toques. Este treinamento ajuda estas pessoas a se sentirem mais confortáveis com os estímulos sensoriais.
  • Análise comportamental aplicada: técnica que incentiva bons comportamentos. Muitas vezes é usado o sistema de recompensa, que consiste em ganhar algo em troca de bom comportamento.
  • Medicamento: não existem medicamentos para o autismo, mas eles podem ajudar a controlar alguns sintomas incidentais como ansiedade e depressão.
  • Terapia Ocupacional: auxilia no uso das partes do corpo com mais eficiência, facilitando a realização de tarefas diárias.

Recomenda-se que uma equipe multidisciplinar avalie e desenvolva um programa de intervenção personalizado, pois nenhuma pessoa com TEA é igual a outra.

Como a Terapia Ocupacional contribui para o TEA?

O(a) terapeuta ocupacional utiliza aplicação de instrumentos de rastreio para TEA e elabora um relatório terapêutico individual. Após esta avaliação, encaminha o relatório a um médico neuropediatra ou psiquiatra infantil para a conclusão do laudo.

Uma vez confirmado o diagnóstico do autismo — o TEA é identificado pelo código 6A02 no CID11 —, o(a) terapeuta ocupacional coloca em prática o plano terapêutico individual de acordo com as necessidades e comprometimentos apresentados nas áreas da comunicação, motora e sensorial, da interação social e comportamento.

Como recurso terapêutico para as intervenções, utiliza-se de materiais e atividades diversas no brincar, no estímulo ao desenvolvimento infantil, na simulação de atividades de vida diárias (AVDs), na orientação aos pais/responsáveis e no acolhimento e escuta ativa do paciente.

Sobre mim.

Me chamo Natalia de Oliveira Cardozo. Sou Formada em Terapia Ocupacional na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Atualmente curso aprimoramento profissional em intervenção precoce no autismo (Coralina Matos - Terapeuta Ocupacional). Possuo também Capacitação em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) voltada para o TEA (EAD) - AVASUS - Escola de Saúde Pública do Paraná.

Como terapeuta ocupacional, atendo no Norden Hospital de São Carlos. Agenda para atendimentos disponível às sextas-feiras mediante pré-agendamento pelo 16 3363-2200 (Telefone e WhatsApp).

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