Os pilares que sustentam o bem-estar no trabalho (e na vida).
Gabo Morales
30 de jun. de 2022 - Leitura de
7 min
A saúde do trabalho está diretamente relacionada aos principais indicadores de bom desempenho nos negócios, recebendo grande atenção e investimento das empresas.
Por isso, todo gestor precisa estar atento aos resultados positivos do faturamento, mas também em como está o bem-estar do time. Afinal, essas duas coisas muitas vezes andam juntas.
Quem trabalha com Gestão de Pessoas e Recursos Humanos sabe que alguns dados são mais importantes do que outros na análise da saúde integral no trabalho.
O maior problema, no entanto, é ter esses dados na ponta da língua. Quando falamos exclusivamente de dados anonimizados, que não identificam indivíduos, poucas empresas conseguem responder às perguntas abaixo em menos de 5 minutos:
- Quantos colaboradores precisam de assistência para tratar hipertensão arterial?
- Quantos gostariam de ajuda para tratar obesidade?
- Quantos praticam atividades físicas ou outros hábitos saudáveis regularmente?
- A incidência de depressão está mais alta do que a média?
A capacidade de identificar rapidamente estes e outros riscos à saúde — sem invadir a privacidade de ninguém — é o novo superpoder do gestor empresarial que se preocupa com o seu time. Pois ajuda a empresa a implantar programas de bem-estar que vão impactar positivamente na vida real de todos e de cada um.
O ideal é ter um retrato global da saúde dos colaboradores sempre quando necessário. Por isso, é interessante priorizar os três pilares abaixo na análise do bem-estar na empresa:
- Hábitos de vida;
- Alimentação Saudável;
- Saúde Mental.
Neste artigo vamos explicar a importância de cada um deles. Mas, primeiro, vamos falar um pouco como a empresa pode, e muitas vezes deve, participar mais ativamente no planejamento de saúde de seu time.
A influência do trabalho na saúde (e vice-versa)
O trabalho que exercemos é parte integrante da nossa identidade. Para muitos, é até difícil responder rapidamente a pergunta "Quem é você?" sem mencionar as atividades que fazem na vida profissional.
Mesmo que isso seja um fato, todo mundo sabe que ao longo da vida é preciso conquistar mais equilíbrio entre atividades profissionais e pessoais. Se as responsabilidades do trabalho ocupam praticamente todo o nosso tempo acordados, provavelmente algumas coisas importantes da vida pessoal estão ficando desassistidas.
Work-life Balance e Work-life Integration
Os termos work-life balance e work-life integration — equilíbrio vida-trabalho e integração vida-trabalho, respectivamente — foram criados justamente para conseguirmos observar melhor como estamos nivelando esses dois importantes aspectos da nossa existência.
Em um artigo em inglês publicado pela Câmara Americana do Comércio equilíbrio vida-trabalho é descrito como "priorizar igualmente as demandas do trabalho e da vida fora dele." Em outras palavras, há fronteiras claras entre o que é uma atividade profissional e o que é uma atividade pessoal. O que é do primeiro acontece apenas durante o tempo de trabalho.
Já a integração vida-trabalho pretende aproximar mais ambos os aspectos, evitando criar uma ideia de competição entre eles. Ao invés de criar fronteiras claras entre o tempo no trabalho e o tempo dedicado a questões pessoais, o objetivo é executar essas responsabilidades de uma forma que elas coexistam e prosperem melhor juntas do que fariam isoladamente.
Cada indivíduo tem suas próprias preferências em relação ao que é melhor para si mesmo: equilibrar ou integrar. Já a cultura organizacional da empresa, no entanto, sempre terá influência sobre a facilidade ou dificuldade para os seus colaboradores tomarem essa decisão.
Nossa saúde não respeita fronteiras
Os eventos positivos e negativos que ocorrem na vida pessoal podem ter efeitos na vida profissional. E vice-versa. Nesse aspecto, um dos principais assuntos que não respeitam a fronteira entre um âmbito e outro é a nossa saúde.
Os detalhes sobre a saúde podem ser privados e pessoais, mas tudo o que fazemos na vida tem influência sobre ela — que, por sua vez, influencia o que fazemos. Inclusive, obviamente, trabalhar.
Não é à toa que no Brasil e em muitos outros países do mundo as empresas oferecem assistência à saúde aos seus funcionários. Para uns é um benefício, para outros é até uma obrigação. Para todos é uma necessidade.
Em muitos casos, a decisão por oferecer um convênio de saúde empresarial dependia quase que exclusivamente do custo. Nos últimos anos, no entanto, empresas começaram a buscar soluções de saúde corporativa que tragam também benefícios reais à saúde do time.
Para que esses benefícios cheguem mesmo até os colaboradores é inevitável que haja uma parceria entre eles e suas empresas, com a operadora de saúde intermediando para garantir o melhor resultado para todos.
Questões de saúde não tem hora e local para acontecer e podem influenciar todos os aspectos da vida. Quando elas acontecem em decorrência do trabalho, a empresa precisa dar suporte ao funcionário. Quando acontecem fora da vida profissional, a empresa precisa estar preparada para os efeitos que podem ter em sua força de trabalho e produtividade.
Aqui o ciclo se fecha e retornamos ao título deste artigo: os pilares para o bem-estar no trabalho e, claro, na vida.
Parceria no planejamento de saúde
A pergunta é: como gestores de talentos e profissionais de recursos humanos podem criar uma cultura de cuidado em suas organizações?
Primeiro é preciso respeitar a privacidade de todos. Não é só uma questão moral, mas legal também. Dados de saúde são sensíveis e devem ser tratados como sugere o nome: com sensibilidade e cuidado. Uma forma de garantir isso é focando em dados anonimizados: ao mesmo tempo que garantem privacidade de indivíduos, são uma ferramenta poderosa para executar ações que farão diferença real no planejamento da saúde de todos.
Depois, ao invés de criar obrigações, é recomendado promover programas internos com incentivos positivos para que o colaborador cuide bem da saúde. Assim, pode gerar engajamento de quem tem interesse em evoluir em conjunto. Ninguém quer um time que só participe para assinar a lista de presença.
A ideia é promover uma cultura virtuosa de integração vida-trabalho. É mais fácil falar do que fazer, claro. Mas como não vamos publicar — ainda — um manual sobre programas de saúde corporativa, decidimos ajudar com informações.
Veja agora os temas de saúde com mais potencial para fazer uma diferença positiva nessa parceria entre empregador e empregados.
Hábitos de vida
Um hábito é um comportamento regular que já não exige muito do nosso esforço para ser executado.
Hábitos saudáveis promovem saúde e bem-estar: como se exercitar, ter uma dieta saudável, dormir bem, socializar com os amigos e criar oportunidades de lazer em família.
Criar novos hábitos saudáveis pode ser bem difícil. Por isso, é preciso seguir algumas recomendações que tornam essa mudança de atitude mais fácil de conquistar: simplificar a escolha e torná-la atrativa.
As ações necessárias para criar um novo comportamento precisam ser simples de realizar, estarem sempre à mão. Como passamos boa parte do nosso dia no trabalho, a empresa tem muitas oportunidades para ajudar nesse aspecto. Uma mudança importante é até simples de executar: melhorar o contexto e o ambiente onde tomamos decisões.
Se beber mais água é bom para a saúde, ela deve ser fácil de acessar. Se exercícios são importantes para nosso vigor físico, porque não torná-los parte de um programa que engaja os colaboradores em atividades regularmente?
O mesmo raciocínio pode ser usado para evitar que hábitos ruins para a saúde ocorram no ambiente de trabalho. Pode até ser uma delícia comer salgadinhos gordurosos, mas é uma ótima ideia tornar o acesso a eles mais difícil. Não é proibir, é não incentivar.
Com dados valiosos sobre o estado de saúde global da força de trabalho, decidir que mudanças farão mais diferença no bem-estar do time é, de fato, um superpoder.
O ideal é se concentrar apenas em hábitos que realmente melhoram a vida, para desfrutar dos benefícios que virão: mais energia, sistema imunológico mais forte, bom humor e longevidade. Em casa e no trabalho.
Alimentação Saudável
Saúde e dieta estão claramente correlacionadas com melhor produtividade.
Um estudo conduzido por pesquisadores da Health Enhancement Research Organization (HERO) revelou que escolhas de estilo de vida não saudáveis podem resultar em perdas substanciais de tempo de trabalho produtivo.
Especificamente, o estudo mostra que os funcionários com uma dieta pouco saudável eram 66% mais propensos a sofrer uma perda de produtividade do que aqueles que comiam regularmente grãos integrais, frutas e vegetais.
Saúde mental
Apoiar a saúde mental no local de trabalho é uma necessidade. Ainda mais em uma época em que o local de trabalho pode ser até a casa do colaborador.
Os níveis de estresse e depressão aumentaram nos últimos anos. Empresas mais atentas já perceberam que é preciso ser mais proativo em identificar e acolher quem precisa de suporte psicológico.
Tornou-se uma obrigação criar programas de bem-estar para ajudar os funcionários a prosperarem em momentos de fragilidade.
Da mesma forma, os colaboradores também podem incentivar e ajudar seus empregadores a oferecerem programas que tragam mais equilíbrio — ou integração — entre a vida profissional e pessoal.
Não é segredo que os fatores de risco relacionados ao trabalho podem afetar negativamente a saúde mental. Veja, por exemplo, como ela pode estar afetando a produtividade na sua empresa:
Assim como ocorre com a saúde mental, podemos concluir que alimentação inadequada e hábitos ruins têm efeitos deletérios para nossa vida pessoal e profissional.
O objetivo deste artigo é promover parcerias mais eficientes entre empresas e colaboradores no planejamento de saúde. Depois da família, o trabalho é uma das principais fontes de propósito que temos na vida. A nossa saúde influencia como atuamos em ambos.
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